K.
-
- R$ 32,90
-
- R$ 32,90
Descrição da editora
Com a verve narrativa que caracteriza sua prosa ensaística, Roberto Calasso se debruça sobre a obra de Franz Kafka e apresenta uma releitura apaixonante da obra do escritor de Praga, entendida como mito central da era moderna.
Todo leitor de A metamorfose, O processo ou O castelo conhece a sensação de absurdo e de extravio que experimentam os anti-heróis de Kafka em meio a tramas e argumentos labirínticos. Em K., Roberto Calasso convida o leitor a examinar essas narrativas, quase linha a linha, em busca dos princípios que ordenam seu conjunto.
K. representa a seqüência do estudo sobre a natureza e o lugar do mito na Antiguidade e na era moderna que Calasso iniciara em As núpcias de Cadmo e Harmonia e Ka. O método é o mesmo. Nos dois primeiros livros, o autor conduzia os leitores pelos meandros desconcertantes de dois grandes corpos mitológicos, transpondo a barreira lingüística do grego e do sânscrito. Agora, aplica-se a um objeto mais próximo e supostamente familiar, mas não menos desconcertante: as narrativas, cartas e diários de Franz Kafka, examinadas, citadas e comparadas com ânimo de detetive.
À primeira vista, a diferença não poderia ser maior: de um lado, a proliferação de divindades, cenários e versões; de outro, um universo urbano de elementos escassos e histórias que parecem não admitir nem progresso nem desenlace. Mas Calasso demonstra que Kafka, como nenhum outro, intuiu a configuração de poderes e potências que governam o destino do indivíduo moderno - e assim criou a mitologia mais perspicaz e cortante dos nossos tempos.
PUBLISHERS WEEKLY
Calasso's study is a milestone not just in the ever burgeoning literature about Kafka, but in literature itself. This remarkably elegant essay gains its intellectual authority from Calasso's tone: he's amazingly well read, without being a factotum of any particular discipline. Elias Canetti remarked that Kafka was, as a writer "so utterly himself" that the critic "must, even at the risk of seeming slavish, adhere as closely as possible to his own statements." Calasso follows this advice. Among the insights into The Castle that make the first four chapters a must for interested readers of that work is the way in which Calasso sees K. as a continuation of Josef K, the hero of Kafka's earlier The Trial. "The Castle," Calasso claims, "is Josef K's bardo" ("the intermediate state" in the Tibetan Book of the Dead). Calasso is so intimate with the texts, including the diaries, short stories and The Trial, that his voice sometimes emerges uncannily from the texts themselves, as though he were one of those mysterious exegetes that Kafka loved to put in his stories. Particularly astute is Calasso's observation that the image of the assimilated Jew runs through the novels like a great latent anxiety dream, leading outward, to Kafka's prophetic sense of the insecurity of the Jews in Central Europe, and inward, to the household of Kafka's father. Kafka has had marvelous interpreters in the past, including Walter Benjamin, Canetti and Maurice Blanchot. Without exaggeration, Calasso (Literature and the Gods) belongs in this elevated company.