Ver e não ver Ver e não ver

Ver e não ver

Entraves

    • USD 1.99
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Descripción editorial

O impressionismo é considerado unanimemente como uma revolução da arte na sua oposição ao academicismo reinante do século XIX. Para além da reinvenção da paisagem, esta revolução consiste, sobretudo, em sublinhar a factura plástica e pictórica plasmada na análise dos efeitos da luz através da mistura óptica das cores. Todavia, neste breve ensaio, Victor I. Stoichita propõe uma outra perspetiva sobre a pintura moderna ao desvelar uma transformação radical que ocorre na implícita co-existência entre os modos de ver e a emergência do espectador moderno. 

Se existe uma concreta modernidade temática nas pinturas de Manet, Berthe Morisot, Monet, Degas ou de Caillebotte é porque nelas se relança a reflexão sobre o jogo e o movimento do olhar. Entre o que se vê e não se vê, é a interpelação do observado e do observador que vem intensificar a curiosidade e o desejo da representação pictural. Na pintura impressionista mobiliza-se assim o olhar; pensam-se as relações visuais e imaginais que se criam entre si  - «figuras-ecos», «figuras-reflexos» e «figuras-filtros» -, configuram-se os obstáculos que permeiam os limiares e as zonas de passagem e, também, a expectativa de divisar, de avistar, de entrever. A tematização do olhar faz-se segundo uma lógica de entraves e re-enquadramentos, tais como gradeamentos, varandas, postigos, fumos, através dos quais se acentua a paradoxal condição de barreira e instigação visual. Trata-se, portanto, de compreender uma inovação compositiva que de nenhuma maneira ignora a tradição mas que, pelo contrário, pretende dialogar com ela. Assim se inscreve o preâmbulo de alguns exemplos antigos, nos casos do «Maestro dell’Osservanza», de Aelbert van Ouwater, de Caravaggio e Wolfgang Heimbach, enquanto moldura de uma reflexão que, através da escrita de Mallarmé e Zola, atravessa e complementa a literatura artística da época. Segundo este prisma, a revolução impressionista torna-se um dispositivo de revelação do próprio olhar ao instaurar a natureza pregnante do visível, justamente como reflexo visual do cotidiano, como se este fosse o quadro-ecrã, o motivo de um espectador implicado na acção e/ou na contemplação do mundo moderno.

GÉNERO
Arte y espectáculo
PUBLICADO
2019
31 de diciembre
IDIOMA
PT
Portugués
EXTENSIÓN
36
Páginas
EDITORIAL
KKYM
VENDEDOR
KKYM lda
TAMAÑO
16
MB

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