Maldições de Verão
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Beschreibung des Verlags
Escrevi isso a respeito do que fere e do que machuca, do que perde e ganha ao perder e ao ganhar se perde. Inventei essas palavras atrás da cortina das horas, um compromisso com o desvanecimento, a ferida vida dos dias, a luz clara da paz, e o que tanto mais se quer conversar em palavras miúdas que, por fim, acabo exacerbando, atravessando as fronteiras da literatura para a estupidez. Desejava não dizer assim desse modo o horror dos ganhos e perdas, dos dias que se acabam sem porquê motivo, a repetição da desigualdade no núcleo da imitação comum. Ao brigar comigo mesmo, levo algumas, e acabo anoitecendo, como se diz, um disparate que tem alguma corrente, seja de âncora, de vagas ondas, de fluxo contínuo, de ar e do abafo triste do tempo. A quantidade no mínimo, a quebrar a lógica, a ser disparate, descaso. O Iahn disse algo assim, " escreve de qualquer modo, sem licença, sem vontade, escreve errado, fora da ordem." Ele queria dizer, escreve sem ser mais um surrealista em que a rapidez faz tudo lento, faz o sem-sentido organizado num fim moral. Aqui, esse continho, essa história descabeçada quer recuperar o além-fronteiras, passar pelo mundo sem passaporte ou identidade, sem dizer de onde veio, de natividade, talvez exigindo a humanidade que e esvai, escorre entre nossos desejos de ser bom, de ser legítimo, mesmo no estado estrangulado em que as palavras exigem o leitor, querem alguém que lhes dê sentido. Espero que possa jogar longe os maus pensamentos e trazer os melhores para o tempo metafórico do que passa nessas Maldições de Verão.