A arte da palavra 2017

Segredos da arte da palavra: A arte da palavra depende do talento de quem escreve e do seu domínio do idioma. E só se completa com a leitura inteligente e culta do texto redigido. Verdades acacianas, diria um leitor de Eça de Queiroz, aliás, um mestre indiscutivel desta arte. No entanto, alguns escritores insistem em driblar o idioma, pensando que escrever com realismo é cometer erros primários, Pecados da Língua, como muito bem nos ensina o nosso Paulo Flávio Ledur em seu livro ilustrado pelo genial Sampaulo. Os autores destes contos, muitos deles dignos de prêmios e antologias consagradas, vieram a nós em busca da sabedoria em valorizar a linguagem, sem prejudicar a criatividade, a emoção, fatores dependentes do processo criativo individual. Mas para que o texto perca os solavancos, deslise e chegue ao que Mozart Pereira Soares chamava de marfim, é preciso que o escritor saiba servir-se do seu idioma. Assim fizeram, durante este ano de Oficina da Arte da Palavra, nossos alunos Amauri, Ana Lécia, Anna, Bernadete, Camila, Geraldino, Ione, Lory, Baldi e Sonia. Por essa razão, temos orgulho em apresentar este livro a nossos mais exigentes leitores.

Alcy Cheuiche, Porto Alegre – Feira do Livro de 2017.


Os caminhos da escrita criativa: A escrita criativa é resultado de uma série de fatores que podem, de forma genérica, ser sintetizados em dois: primeiro, uma boa leitura do mundo em que escritor e leitor estão inseridos; segundo, uso da linguagem mais adequada; para que ocorra a simbiose entre escritor e leitor, é indispensável que esses dois fatores andem aliados. É isso o que a Oficina de Criação Literária A Arte da Palavra busca com insistência durante os nove meses de sua realização. A partir de técnicas e estratégias consistentes, capazes de conquistar o leitor e mantê-lo a seu lado, os escritores são levados a encontrar no uso harmônico e multiplicador das palavras um aliado indispensável para a consagração de suas criações literárias entre os leitores, objetivo final de tudo o que se escreve. Os colegas de oficina, além de trocarem experiências entre si, são os primeiros leitores de cada um dos participantes, permitindo a tão necessária e esperada avaliação de seus textos. Como estratégia, esse fato por si só justifica a realização de oficina literária. O grupo de escritores deste ano foi sempre coeso e amigo; todos se entregaram à sua causa e à do grupo com entusiasmo e vigor juvenis e, graças a essa interação, cresceram pessoal e coletivamente. Para nós, ministrantes, é muito gratificante perceber a evolução que todos experimentaram em tão pouco de tempo. Melhor ainda é compartilhar essa conquista com você, leitor.

Paulo Flávio Ledur, outubro de 2017.