As fronteiras do neoextrativismo na América Latina
Conflitos socioambientais, giro ecoterritorial e novas dependências
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- R$ 32,90
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Publisher Description
Instigados pelo boom das commodities, governos progressistas que chegavam ao poder na América Latina no início do século XXI enxergaram na intensificação da exploração de bens naturais com vistas à exportação uma forma eficaz de enfrentar a crise econômica — e de enfim alcançar o sempre distante objetivo de desenvolvimento de suas respectivas nações. Como nos mostra a socióloga argentina Maristella Svampa neste livro, a consequente intensificação da espoliação da natureza demandada por esse modo de produção logo fez com que, em nome do "progresso" e do "desenvolvimento nacional", esses mesmos governos não titubeassem em violar direitos humanos e em pôr em risco patrimônios ecológicos. Contudo, essa nova dinâmica das lutas socioambientais acabou servindo de caldo de cultura para uma nova matriz de resistência social cuja preocupação central é a defesa da terra e do território sustentada por valores ambientalistas, autonomistas, indígenas, comunitários e feministas.
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No começo do século XXI, as economias latino-americanas se viram enormemente favorecidas pelos altos preços internacionais dos produtos primários (commodities) e começaram a viver um período de crescimento econômico. Essa nova conjuntura coincidiu com uma época caracterizada por intensas mobilizações sociais e pelo questionamento do consenso neoliberal e das formas mais tradicionais de representação política. Posteriormente, em diversos países da região, o ciclo de protestos foi coroado pelo surgimento de governos progressistas, de esquerda ou centro-esquerda, que, apesar das diferenças, combinaram políticas econômicas heterodoxas com a ampliação do gasto social e a inclusão por meio do consumo. Teve início então o que foi denominado de ciclo progressista latino-americano, que se estendeu pelo menos até 2015-2016.