Cidade dos Anjos Caídos

Nesse volume, conseguimos entender como os anjos caem, e a consequência dessa queda... Mas um trabalho incrível dessa autora, essa série é demais!

A primeira trilogia do famoso e bem feito mundo dos caçadores de sombras foi uma ótima introdução para a futura e infindável máquina de fazer dinheiro de Cassandra Clare. O terceiro livro, o qual pendurou durante algum tempo como o último da série de Claire e Jace, foi uma conclusão bem feita, mesmo com os arcos ainda em aberto e buracos no quebra cabeça. No entanto, o que era para ser uma solução para a história incompleta, a autora mercenária e a legião de fãs “órfãos” foi na verdade uma tentativa ilusória de continuar a historia com a mesma qualidade da trilogia original. Esse quarto livro é de longe o livro mais “enchendor de linguiça”, com páginas e mais páginas desnecessárias e cansativas, apenas para criar um suspense completamente desnecessário para a conclusão final da saga, e para desenvolver, também, uma motivação para o personagem principal. Convenhamos: todos os “dramas” e mistérios desse livro poderiam ter sido muito bem resumidos em menos de 100 páginas (não que isso melhoraria a história fraca e as inutilidades de personagens antes fortes e importantes). O quinto e próximo livro possui uma história levemente melhor e menos inútil, mas ainda assim possuindo páginas e capítulos intuíeis, mas numerosos o suficiente para iludir a necessidade dos novos três livros. Porém nada supera o grand finale: um livro gigante para contar uma história pouco chocante, destruindo todo o legado do sadismo e genialidade do vilão, ao torná-lo mero “coitado”, e ainda fazer o leitor não se importar mais com os personagens, apenas querendo que a saga acabe para não desistir de concluí-la após 5 (exaustantes) livros.

Conclusão: foi uma história ruim? Não. Mas o roteiro de Cassandra Claro atinge o ápice de sua mediocridade e motivação por dinheiro (até porque a autora escrevia paralelamente a essa trilogia outra saga com uma história verdadeira e personagens muito melhor desenvolvidos, As Peças Infernais, sendo até hoje a melhor história de sua carreira), merecendo duas estrelas pelo simples fato de Cassandra conseguir enganar tão bem o leitor com quase 400 cheias de palavras mas vazias de conteúdo em pelo menos 90% delas. Se o leitor estiver disposto a perder o tempo lendo tais livros enquanto pode estar investindo seu tempo com livros melhores, fica a critério de cada um. Mas contanto que não seja um iniciante no mundo das distopias ou um jovem leitor pouco crítico (ou sendo apenas um leitor adulto corajoso), não diga que não fora avisado.