Eclipse
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4,0 • 1 avaliação
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- R$ 32,90
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Descrição da editora
Alexander Cleave é, ou costumava ser, um ator. Agora, aos cinquenta anos de idade e segundo suas próprias palavras, é “um homem adulto numa casa assombrada, obcecado pelo passado”. O fato é que ele abandonou os palcos num rompante, quando uma apresentação rumava para o seu clímax, para, depois, isolar-se na casa em que cresceu e se entregar a uma sucessão de “dias vazios”, os quais “parecem feitos metade de tempo e metade de memória”.
Neste romance ímpar, de tom lírico, o irlandês John Banville parece ressaltar a todo instante que o isolamento de Cleave é superficial ou, melhor dizendo, apenas aparente. De fato, seu narrador-protagonista está o tempo todo soterrado por uma multidão fantasmagórica, com a qual procura dialogar, ainda que sua esposa Lydia faça questão de frisar: “Você é teu próprio fantasma”.
Assim, como se estivesse “condenado” a passar seus dias “revolvendo palavras, frases avulsas, fragmentos de memória”, Cleave não se distancia, mas acaba por mergulhar nos outros, em Lydia, na filha Cass e, claro, nos que partiram ou estão prestes a partir. Cass, que sofre de uma enfermidade similar à esquizofrenia, é uma ausência opressora, a única pessoa capaz de resgatar o pai de sua idealizada tentativa de autoexílio para algo aterradoramente real.
Banville empresta às idas e vindas de Cleave uma beleza dilaceradora. Sua voz procura se firmar como a derradeira tentativa de sustentar as paredes de um mundo que se esfarela. Ao final, depois que “o real adquire uma qualidade tensa, trêmula” e tudo parece mesmo “fadado à dissolução”, resta-nos a certeza e, talvez, o consolo de que o esforço, pela sua própria e extraordinária beleza, não é, não pode ser inútil.
O segundo romance da trilogia, Sudário, será lançado em breve pela Biblioteca Azul. Luz Antiga, que a finaliza (todos os livros podem ser lidos separadamente), foi lançado em 2013 na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), quando Banville foi autor convidado do evento.
PUBLISHERS WEEKLY
Irish author Banville (The Book of Evidence; The Untouchable) is one of the most seductive writers currently at work. His books are so intensely imagined and freshly observed, with a startling image or insight on every page, that story almost ceases to matter. In fact, his tale here is tenuous in the extreme. Alexander Cleave is a successful actor because only in performance can he hide his essential hollowness, his sense of his own intangibility. When his career starts to falter, he retreats to his childhood home in a small town by the sea and tries to learn to live with himself, to discover who he really is. Into this existential anguish intrude memories of his parents, his estranged wife, his emotionally damaged daughterDand the ghosts of people he may not even know, but to whose sadness he is attuned. He begins an uneasy relationship with a slovenly caretaker, Quirke, and Quirke's enigmatic teenage daughter, Lily; he is visited by his wife; he goes to a strangeDand magnificently evokedDcircus with Lily; he receives terrible news about his daughter. There is by no means a surfeit of incident, and the book never falters or creates impatience because every scene, every moment, is so alive, so exquisitely lit, felt and polished, that to read among them is like listening to great music. And when Banville does choose toward the end to raise the emotional temperature, the effect is deeply moving.