O canto da cidade
Da matriz afro-baiana à axé music de Daniela Mercury
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- R$ 14,90
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Descrição da editora
Em junho de 1992, um show no vão do Masp parou a avenida Paulista em pleno meio-dia. Dada a tamanha concentração de pessoas e a vibração da música no lugar, a produção do evento foi alertada que havia grave risco da laje do museu desabar. Com quarenta minutos de show, a cantora, ainda pouco conhecida do grande público, teria a apresentação interrompida pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Polícia Militar. Tudo assim: em sequência acelerada e surpreendente, como a cena musical batizada de "axé music" que aquela cantora iria consolidar. O show do Masp é o ponto de partida do livro do jornalista Luciano Matos para contar a história de Daniela Mercury e do álbum O canto da cidade, de 1992. Como a história é sempre maior, e muito mais que 12 faixas de um disco, Luciano Matos volta às origens do que seria absorvido (e aproveitado) por esta nascente axé music: os blocos afro. No livro, o autor reconta a trajetória de seus maiores representantes na capital baiana: Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Muzenza e Ara Ketu. Volta igualmente à origem da batida de Neguinho do Samba, Mestre Jackson, Ramiro Musotto… que somou aos timbaus e repiques da levada do reggae uma poderosa batida grave de surdos: estava nascido assim o samba-reggae. O resultado desse encontro da cantora com os blocos e com o samba-reggae aparece já no primeiro disco: "Swing da cor", música de trabalho do álbum, foi descoberta em um festival do bloco Muzenza e gravada com a percussão do Olodum e Neguinho do Samba. "A gente estava descendo a ladeira de São Bento [no trio], quando Marcionílio perguntou se eu já tinha ouvido a música nova do Olodum. Eu não conhecia ainda. Então ele cantou um trecho de 'Faraó' e o povo respondeu. Aquilo foi incrível. Fiquei enlouquecida. Era um samba novo, uma síntese nova. Uma estrutura louca, uma música longa e interessante. Era muito diferente", lembra Daniela ao autor.