Caetano Veloso enquanto superastro
Descrição da editora
O ensaio Caetano Veloso enquanto superastro faz parte do livro clássico de Silviano Santiago Uma literatura nos trópicos (Cepe Editora/Selo Pernambuco).
[eBook gratuito]
No dia 10 de março de 2011, Caetano Veloso estacionou seu carro no Leblon e, como um episódio cotidiano, tudo parecia ligeiramente normal. Possivelmente, haveria flanelinha "guardando" a vaga, pessoas transitando de bicicleta em sua superioridade moral contra a "carrocracia", um ou outro paparazzi e, sim, fotografia captada, Caetano Veloso na calçada após estacionar seu carro emerge como manchete em portal de notícias, na aba de informações sobre celebridades.
Sete anos antes, razoavelmente distante do Leblon, Mark Zuckerberg matutava uma forma de curar um fim de relacionamento conectando amigos numa competição de curtidas em mulheres desejadas na sua universidade. Esse ambiente digital que aproxima zoeira e redenção, cotidiano e invenção, vai gradativamente turvando os limites entre informação, zoação, entretenimento e encontra no Brasil – e em Caetano Veloso – um ambiente mais que propício para a sua aura de reprodutibilidade técnica.
A notícia de Caetano estacionando seu carro, em sua frivolidade ardente como o asfalto do Rio de Janeiro, causou furor nas redes: enquanto compartilhavam, sangue nos olhos, pessoas certas da "morte do jornalismo" decretavam, vejam só, a vida do superastro. A notícia se avolumava em sua insignificância e havia, naquele fluxo contínuo de ódio ao lugar que o jornalixo tinha colocado Caetano (Cadê sua obra? Sua poética? Disso não falam! Canalhas!) algo da ordem do desbunde.
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Chatíssimo
Palavras rebuscadas para dizer nada.