O Consenso em Jürgen Habermas e o Dissenso em Jean François Lyotard como Narrativa de Legitimação do Conhecimento Científico
Em Busca de um diálogo epistemológico intercultural
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Descrição da editora
O presente livro pretende debater e demonstrar as duas visões epistemológicas sobre o conhecimento filosófico, partindo da análise habermasiana da interação e lyotardiana do problema da legitimação do saber. O objectivo central é confrontar as duas teorias filosóficas sobre a interacção e legitimidade do conhecimento filosófico, procurando encontrar de certa forma os pontos comuns que permitam fazer delas uma base de sustentação teórica e prática para uma reflexão epistemológica. O século XXI atravessa uma época caracterizada pela falência das grandes narrativas legitimadoras e, portanto, das certezas a todos os níveis, político, económico, ideológico e religioso que é geradora de desconfiança e insegurança que, muitas vezes, é interpretada como resultado da decadência dos ideais da modernidade, ou seja, do seu desajuste na compreensão humana. O rótulo pós-moderno aplica-se a diversos movimentos ou perspectivas de pensamento, tornando a definição do termo cada vez mais difícil e incerta. Os defensores do iluminismo enquanto projecto inacabado defendiam um grande potencial redentor na modernidade, digno de ser articulado e perseguido. Nesse sentido, aqui utilizaremos os termos "consenso" e "dissenso" como elementos de chegada das duas teorias epistemológicas. Na modernidade veem-se essa defesa como a mais ou a grandiosa narrativa de metafísica, sendo o consenso um dos lemas candentes e que tem de se sujeitar a semelhante questionamento radical. Lyotard crê que o consenso é uma obsoleta construção teórica moderna e, de modo algum, deve-se constituir fim de um discurso, por possuir um poder totalizador que impede que novas ideias e práticas desconhecidas surjam. Daí que o dissenso, ao contrário, e a agonística parecem ter um status privilegiado na teoria de Lyotard.