Simbolismo e profecia na fundação de São Paulo
A casa de Piratininga
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O estabelecimento do Colégio de Piratininga, embrião da cidade de São Paulo, em 1554, não foi tranquilo: os jesuítas subiram o planalto à revelia do governador-geral e estabeleceram-se na colina às margens do Tamanduateí, contrariando inclusive ordens vindas de Lisboa e de Roma.
Tamanha audácia por parte do superior da Companhia de Jesus no Brasil, o padre Manoel da Nóbrega, faz supor a existência de um ideal maior e desvinculado do projeto colonial português, que valesse os enormes riscos da empreitada. Que motivações teriam levado aqueles homens a embrenharem-se na mata, enfrentando todos os perigos em nome de suas crenças e convicções? Em nome de que crenças e convicções os jesuítas enfrentaram a mata e subiram a Serra do Mar para fundar São Paulo? Por que no dia 25 de janeiro e por que no local escolhido?
O levantamento e a análise dos fatos e dos elementos simbólicos e doutrinais que cercaram a fundação da casa de meninos de Piratininga é o objeto deste estudo, que lança uma luz inteiramente nova sobre as origens desta São Paulo que, nascida em modestíssimo leito, conforme a profecia do próprio Anchieta viria a se tornar uma das maiores cidades do mundo.