Homo Investigator

Reflexões sobre Ciência e Sociedade


A nossa vida diária está impregnada de ciência e de inovações resultantes do espírito investigador de ser humano. O autor descreve como a capacidade de investigar se manifestou cedo na espécie Homo e se aperfeiçoou progressivamente no Homo sapiens. De resto, alguns primatas esboçam esta tendência. Ela manifesta-se em todas as actividades humanas e em todos os ramos do conhecimento, por vezes inconscientemente, e é influenciada por todo o nosso passado cultural. 

A investigação é a mola que impulsiona o desenvolvimento das sociedades humanas e as mais avançadas são as que estimulam e aperfeiçoam essa atitude mental. Esta propriedade pode e deve ser estimulada pela educação e pela formação.

Os gregos começaram por organizá-la e ao longo da história o apoio oficial variou através das civilizações. Durante muitos séculos o esforço investigador dependeu em grande parte do esforço espontâneo individual.

Formalizada no século XIX, a organização da ciência adquiriu no século XX uma sofisticação extrema e as somas que lhe foram atribuídas cresceram de maneira significativa, acentuando o progresso das respectivas sociedades. 

Tudo progrediu com este esforço investigador; vivemos numa época maravilhosa em que a evolução tecnológica se acelera de maneira vertiginosa, aumentando a capacidade de expressão das capacidades intelectuais humanas. A Física realizou o sonho dos alquimistas, a transmutação dos metais, a Biologia abordou um sonho da humanidade, o aumento da longevidade. O aumento da sobrevivência no século XX foi espectacular e os humanos, que nada detêm, esforçam-se por manipulá-la. Este é um dos grandes desafios da ciência biológica e foi o ramo a que o autor dedicou a maior parte da sua actividade científica.


Imagem de capa:

Reprodução de uma pintura de Joseph Wright, The Alchemist (1771) representando o alquimista alemão Hennig Brand quando descobriu o fósforo.

Museu de Derby, Reino Unido.