A Bíblia ao Serviço do Sionismo A Bíblia ao Serviço do Sionismo
UCG EBOOKS

A Bíblia ao Serviço do Sionismo

«Não acreditamos em Deus, no entanto Ele prometeu-nos a Palestina»

    • 0,99 €
    • 0,99 €

Description de l’éditeur

Neste ensaio, o historiador Ilan Pappé analisa o paradoxo que está na origem do sionismo, fundado por judeus seculares mas que usaram a Bíblia para justificar e legitimar pretensões coloniais: «não acreditamos em Deus, e no entanto, Ele prometeu-nos a Palestina», título de um famoso ensaio de Amon Raz-Krakotzkin.

Os primeiros sionistas seculares citaram frequentemente a Bíblia para demonstrar que havia um imperativo divino na colonização da Palestina e com vista à redenção da Eretz Israel, a Terra de Israel. Mas Pappé argumenta que a Bíblia não é, na verdade, um texto muito útil à reinvenção de uma nação judaica: o pai da nação, Abraão, não era da Palestina, os hebreus tornaram-se uma nação no Egito e os Dez Mandamentos foram-lhes comunicados em Sinai, no Egito.

Inicialmente o sionismo foi rejeitado por muitos judeus religiosos e pela maioria dos judeus ortodoxos, para quem a ideia de um «regresso» dos judeus à Terra de Israel antes do regresso do Messias era inconcebível. No entanto, com a intensificação da perseguição dos judeus na Europa, a ideia de criar um estado judaico foi ganhando adeptos. Nesta sequência, houve judeus religiosos que viriam a considerar que o exílio, do Egito como os demais do período bíblico associados ao comportamento contrários à vontade de Deus, chegava ao fim com o advento do sionismo na Palestina.

Pappé expõe como o ponto de convergência entre sionistas seculares e religiosos quanto à centralidade da Bíblia, não é enquanto texto religioso, mas antes como um documento que afirma o direito histórico dos judeus à propriedade sobre a terra. A exploração sionista da Bíblia como verdade científica ou enquanto justificação moral para a colonização da Palestina contribuiu para recrutar apoios não só de comunidades judaicas, mas também de poderosos sectores do mundo cristão ocidental.

Apesar do nacionalismo religioso ter tido um papel reduzido no estabelecimento do Estado de Israel, Pappé analisa como este movimento cresce a partir do final da década de 1960. Para os judeus nacionalistas ultraortodoxos, a colonização de grandes áreas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, tornada possível através da ocupação dos territórios palestinos em 1967, foi interpretada como uma reapropriação em nome de Deus e da Bíblia. Assim, os textos bíblicos tornaram-se na pedra angular da interpretação sionista da espoliação da Palestina, e da exclusão e desapossamento dos palestinos.

GENRE
Arts et spectacles
SORTIE
2021
1 janvier
LANGUE
PT
Portugais
LONGUEUR
38
Pages
ÉDITIONS
KKYM + P.OR.K
TAILLE
337,7
Ko

Plus de livres par Ilan Pappé

Palestine Palestine
2016
La propagande d'Israël La propagande d'Israël
2020
On Palestine On Palestine
2015
The Ethnic Cleansing of Palestine The Ethnic Cleansing of Palestine
2007
Gaza in Crisis Gaza in Crisis
2010
A Limpeza Étnica da Palestina em 1948 A Limpeza Étnica da Palestina em 1948
2021

Autres livres de cette série

A Limpeza Étnica da Palestina em 1948 A Limpeza Étnica da Palestina em 1948
2021
Verdade Histórica, Historiografia Moderna e Obrigações Éticas Verdade Histórica, Historiografia Moderna e Obrigações Éticas
2021
Revisitando 1967 Revisitando 1967
2021
Rasuradas do Território e da Consciência Rasuradas do Território e da Consciência
2021
Turismo de Raízes - Raízes de Quem? Turismo de Raízes - Raízes de Quem?
2021
Tomar a Terra, sem o Povo Tomar a Terra, sem o Povo
2021