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O Grupo e o Mal
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- 14,99 €
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Description de l’éditeur
Ao nos depararmos com a história dos carrascos nazistas ou com os relatos da adesão popular ao regime facínora, é comum qualificarmos os envolvidos como perversos, sádicos, anormais, recalcados e monstruosos. Mas será que essas são as categorias adequadas para descrevê-los? É o que investiga Contardo Calligaris neste O grupo e o mal. Escrito em 1991 como uma tese de doutorado da Universidade da Provença, em Marselha, na França, este livro é agora traduzido e editado postumamente para o público no Brasil após ter gerado intenso debate e interesse no meio acadêmico.
Por meio da combinação de teoria e prática clínica, o autor tenta descobrir a razão pela qual aceitamos a instalação de atrocidades em nosso cotidiano. Sua tese traduz "a banalidade do mal" de Hannah Arendt para a linguagem psicanalítica e aponta que a verdadeira perversão é social, não porque o indivíduo encontra prazer no sofrimento alheio, mas porque, de modo burocrático, abdica de sua personalidade em nome da paixão pela instrumentalidade, isto é, exibe um fascínio por servir ao outro. O gozo está no pertencimento ilusório que a tarefa bem cumprida parece gerar. Em prefácio à edição, Jurandir Freire Costa afirma: "Poucas vezes na literatura psicanalítica descemos tão fundo nos desvãos do obsceno desejo de curvar-se a líderes e regimes autoritário-totalitários".
Com seu conhecido talento para construir linhas de raciocínio fascinantes, e seu desejo de fomentar o diálogo psicanalítico entre o público geral, o autor se debruça sobre a distinção entre os conceitos freudianos de "eu ideal" e de "ideal do eu" a fim de destrinchar o mecanismo pelo qual se constrói a servidão voluntária ou o desejo em servir a um dever maior, como diriam os carrascos nazistas ou ainda os slogans totalizantes de teor "acima de tudo, acima de todos", tão familiares ao contexto brasileiro recente.