Redimensionando a Independencia
Tempo - Revista do Departamento de Historia da UFF 2008, Jan
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Publisher Description
Em meio aos preparativos para a comemoracao dos 200 anos da vinda da corte portuguesa para o Brasil, surge no mercado editorial a A Independencia brasileira: novas dimensoes. Organizado por Jurandir Malerba, o livro e um convite a reflexao sobre um momento crucial da nossa historia. Ha muito a historiografia sobre o periodo colonial vem sendo revista por novas teses que compartilham perspectivas inovadoras e dialogam com o que ha de mais recente no meio historiografico internacional. Os artigos da coletanea, originalmente apresentados no seminario New Approaches to Brazilian Independence, em 2003, na Universidade de Oxford, sao o resultado de pesquisas de uma nova geracao de historiadores sobre o tema. Seu subtitulo (Novas dimensoes) visa tanto sublinhar o valor de uma obra que marcou epoca -- organizada, em 1972, por Carlos Guilherme Mota --, quanto distanciarse de seus pressupostos e metodos de abordagem historica. O instigante artigo de Jorge Pedreira, Economia e politica na explicacao da Independencia do Brasil, abre a primeira parte do livro. Ao discutir os argumentos de uma historiografia "classica" sobre o tema, contesta as interpretacoes de Fernando Novais e de Carlos Guilherme Mota, baseadas na crise do antigo sistema colonial, uma vez que, segundo o autor, o imperio luso-brasileiro conheceu uma notavel expansao comercial em sua fase final. O conceito de vulnerabilidade -- ja utilizado por Valentim Alexandre em Os sentidos do imperio -- aplica-se, segundo Pedreira, para designar aquela conjuntura complexa e mutante, pois nada indicava que o sistema colonial estivesse condenado a desintegracao. Analisa as convulsoes politicas que abalaram Portugal, a transmigracao do rei e da corte para o Brasil, a abertura dos portos, o tratado de 1810, o isolamento do grupo mercantil no Reino. Tais fatores teriam gerado um conjunto impreciso de ideias, assim como projetos de "regeneracao nacional". A analise do espaco de convergencia entre os interesses dos corpos mercantis de Lisboa e do Porto e as perspectivas politicas de uma importante faccao das cortes constituintes levam-no a concluir que, apesar da relevancia das questoes economicas, a dinamica que desembocou na secessao do Brasil teve um carater essencialmente politico.