O Vegetarismo e a Moralidade das Raças
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Publisher Description
Tem os seus pergaminhos o vegetarismo. Não é uma doutrina nascida de ontem. Tem títulos autênticos de nobreza prolongada durante gerações sem número, respeitada nas mais altas civilizações em cujas superiores aspirações colaborou, definindo-as eloquentemente pela voz das suas mais belas e autorizadas individualidades e corroborando-as ardentemente pelo exemplo dos seus mais devotados apóstolos.
Sem nos afastarmos da nossa propria civilização, sem sairmos d'este fóco de cultura chamado o ocidente da Europa onde nos criamos e onde os nossos mais remotos avós se criaram e educaram, legando-nos um espólio de sentimentos e ideias que constituem toda a nossa alma e que nos cumpre cultivar e aperfeiçoar para o transmitirmos aos nossos filhos acrescentado em formosura e benefícios, emendado, corrigido e depurado em seus vícios e insuficiências; dentro dêste círculo devéras estreito relativamente aos largos espaços em que fóra dele outras raças e outras condições naturais formaram sociedades que igualmente engrandeceram e honram a humanidade pelas concepções da vida que realizaram e de que foram veiculo e sublime instrumento no mundo; limitando-nos à exígua mancha do globo que é o nosso berço e o nosso lar e fazendo-o, não porque além dele não conheçamos corações iguais aos nossos, vivendo do mesmo alento, crentes na mesma fé e enamorados da mesma elevação mas sómente porque para o fim muito restrito que neste instante temos em vista convêm não distrair a atenção do que de mais nos toca e por isso será mais claramente demonstrativo: neste cantinho que acendeu seus fachos de luz em volta do Mediterraneo e de lá a fez irradiar através das montanhas até aos mares do norte, o vegetarismo foi e é uma das caracteristicas do zenit moral das civilizações, e como tal o aceitaram, proclamaram e praticaram os gênios que mais fundamente as compreenderam e mais brilhantemente as serviram.