Passado presente Passado presente

Passado presente

Usos contemporâneos do "passado colonial" brasileiro

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Descripción editorial

Poderá parecer algo desconcertante ao leitor formado pelos ideais vanguardistas do modernismo brasileiro a constatação de que, talvez, um dos seus principais legados tenha sido a construção de visões mais ou menos estabilizadoras sobre o passado colonial. Em linhas gerais essa é uma das boas provocações deste excelente Passado presente. Usos contemporâneos do “passado colonial” brasileiro. Não será mera casualidade que uma historiadora das práticas culturais, como Andrea Daher, é quem nos faça essa provocação na concepção, organização e prefácio da coletânea. Suas pesquisas e orientações tratam justamente das relações entre oralidade e cultura escrita, relações fundantes do ofício de um tipo de historiador que, mesmo compartilhando o mito de fundação de sua tradição intelectual comum sobre o “pecado” do anacronismo, não se deixa intimidar ou seduzir demasiadamente por ele, fazendo, antes, do anacronismo, sua própria matéria-prima e prisma de reflexão.


O presente volume volta-se para os usos de representações do “passado colonial”, tema sobre o qual a organizadora já nos legou livros decisivos, mas vistos agora em práticas e objetos culturais no Brasil dos fins dos séculos XIX e primeira metade do XX. Reunindo pesquisas realizadas sob sua orientação no Laboratório de pesquisa em história das práticas letradas do Instituto de História da UFRJ, Passado presente busca, assim, qualificar algumas “competências de representação do passado”, de discursos e de práticas, como a literatura, o teatro, as instituições museológica e patrimonial, para representar um “passado colonial” brasileiro. Guardadas suas especificidades, a visão de conjunto oferecida pelos seis estudos, dentre outras contribuições, ajuda ainda a fazer repensar o movimento modernista num sentido mais lato, como um movimento cultural que também enlaça diferentes gerações na busca de mudanças culturais no conjunto da sociedade, e não apenas na renovação de distintos nichos estéticos, e que por isso mesmo não pôde se furtar a formalizar aspectos do legado histórico na sociedade em mudança.


Sendo diversas aquelas “competências de representação do passado”, porém, são diferentes também os dispositivos textuais e de referências documentais e outras da narrativa histórica, como acentua a organizadora no prefácio. E nesse aspecto, talvez, o rendimento da abordagem comum adotada no livro parece mesmo atingir seu ponto alto, pois se o acontecimento vivido é finito, o lembrado é sem limites justamente porque põe aquele em perspectiva, sempre atualizando a presença de um passado distante no presente. Que o leitor fique atento também aos distintos sentidos do passado em cada uma daquelas competências é o meu convite. Afinal, a versão do passado é diferente, entre outras razões, também porque é diversa ou até mesmo desigual a visão sobre o lugar da tradição na explicação do presente.


André Botelho.

GÉNERO
Historia
PUBLICADO
2017
5 de diciembre
IDIOMA
PT
Portugués
EXTENSIÓN
341
Páginas
EDITORIAL
Gramma
VENTAS
Digitaliza - Digitalizacao e Distribuicao de Conteudo Digital Ltda.
TAMAÑO
2.4
MB