Um caminho de retalhos Um caminho de retalhos

Um caminho de retalhos

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Descripción editorial

Quando o agente social, em sendo pesquisador social, é pardo, oriundo de família proletária, humilde e morador da Caatinga, não lhe é permitido perder a capacidade de se escandalizar com o sofrimento dos seus iguais, em decorrência das evidentes desigualdades que ainda se fazem presentes no seio da sociedade sertaneja.

Este ambiente onde a natureza forja o indivíduo com as marcas da aridez e das limitações climáticas é o mesmo em que o trabalhador, o campesino, a mulher e o negro ainda necessitam, cada um em seu campo de luta, enfrentar questões relacionadas com as dificuldades de acesso às ações governamentais, bem como as oportunidades de ascensão social e desenvolvimento libertado.

No mesmo ambiente em que no passado os índios tiveram que enfrentar a tirania cultural dos colonizadores, Lampião rebelou-se contra a falta de estado e, modernamente, os moradores atuais vêm seus iguais divididos por grupos, criou-se um cenário único, a caatinga nordestina, no qual, não bastassem as questões ambientais que há muito vêm provocando mortes e sofrimento para o homem do campo e das cidades, o pesquisador, ao tirar suas lentes e entrar no meio das comunidades, andando pelas vilas, campos e periferias das cidades, acaba por se defrontar com uma cisão social em que alguns desfrutam de muito, e muitos quase não tem o que desfrutar. 

Essas diferenças sociais acabam sofrendo reflexo das questões ambientais, tendo em vista que os mais bem aventurados fazem uso irrestritos dos potenciais naturais do bioma da região, quer para extrair recursos, quer para lazer ou diversão, ficando para os menos favorecidos as consequências do processo.

Donde se verifica que a exploração desordenada do meio produz seus maiores reflexos justamente nas camadas mais carentes da sociedade, entretanto esta é apenas mais uma consequência da forma como a sociedade nordestina foi constituída ao longo da história, tendo sua economia e cultura baseadas na exploração da mão de obra escrava e na hipervalorização dos saberes e tradições eurocêntricos que, em certa medida, acabaram refletindo em uma sociedade machista e patriarcal.

Usar seu conhecimento científico para combater a exploração dos menos favorecidos é uma das missões que incumbe ao cientista social. Nesta perspectiva foi construído este trabalho, voltado para valorização do meio ambiente, da cultura e tradição do caatingueiro, bem como, da conscientização dos agentes sociais, quanto à necessidade de valorização de suas origens, de sua identidade social e principalmente de seu local de luta em meio a uma sociedade pouco preocupada com as condições dos menos favorecidos.      

GÉNERO
No ficción
PUBLICADO
2021
1 de marzo
IDIOMA
PT
Portugués
EXTENSIÓN
32
Páginas
EDITORIAL
Autografia
VENTAS
Digitaliza - Digitalizacao e Distribuicao de Conteudo Digital Ltda.
TAMAÑO
629.2
KB