Etel, a dondoca

Moça vaidosa, criada numa família modesta, Etel nunca aceitou sua condição de moça pobre. Morando numa vila, também pobre, da cidade de Itapeva, Etel sempre sonhou com pompa e circunstância: um belo e rico marido, bons carros, roupas de marca e uma invejável coleção de sapatos de saltos altos das melhores marcas.

Cresceu sempre procurando se aproximar dos meninos e meninas mais ricos da cidade e filhos de gente importante. Por outro lado, seus pais, embora não abastados, faziam todas as vontades da única filha, fazendo, inclusive, sacrifícios para lhe dar tudo o que quisesse. E assim cresceu a dondoca, numa rua pobre, de uma vila pobre, mas sempre odiando aquele ambiente e seus habitantes.

Um dia, porém, um fato estranho aconteceu na vida de Etel: por causa de um tombo que levou, ao quebrar-se um salto de seu sapato, viu-se socorrida por um rapaz rico e bonito. O jovem médico apaixonou-se por Etel e proporcionou-lhe muito mais do que tudo que ele desejava nesse mundo, inclusive sapatos de boa marca e de alto preço. Entretanto, esse fato foi apenas o início de uma grande lição que Etel, a dondoca, iria aprender e que lhe mostraria a vida como ela é, e que a realidade é feita de lutas, de sacrifícios e de preparo para um futuro melhor. E foi assim que a garota, que amava sapatos de saltos altos, passou a ver a vida de uma outra forma, inclusive, dentro de sua própria casa.