O Bardo Eterno

“Aquele que trabalha por Dante, trabalha para servir à Itália, ao Cristianismo, ao Mundo.” (W. E. Gladstone para G. B. Giuliani) É o artista mais do que o homem que ama. A primeira metade da sua vida foi passada em Florença, a segunda em vagar pela Itália tomado pela amargura da alma, expondo por toda parte as feridas da terrível fortuna. Intenso e prolongado aprendizado, sofrimentos profundos, luta severa com estúpidos homens maus e com circunstâncias adversas, que transformaram o sonhador suave de rosto delicado no profeta sombrio cuja força robusta é imortalizada em sua máscara mortuária. É necessariamente um momento de prova da alma quando um jovem idealista é arremessado contra os ásperos fatos da vida, e é estimulado a abandonar suas visões exaltadas ou a pagar o preço de ajustá-las às coisas que existem. Da amargura do exílio ele tomou a coroa do poeta na fonte sagrada, a ambição contínua e acalentada de sua vida... As formas superiores de excelência humana no julgamento de Dante não devem ser explicadas pela lei da hereditariedade. Para este, Deus deseja que saibamos que ele veio sozinho. Sua natureza, conforme ele nos revela, é de singular elevação e pureza. No livro que registra o que ele chama de sua verdadeira vida não há amargura, não há inimizade. Seu mundo de sonho não é obscurecido por pensamentos malignos ou impulsos invejosos. Cada mulher para quem ele deseja escrever é uma “gentil donna”, todo homem é um amigo cavalheiro. Imaculado era o amor que ele nutria por sua senhora. A beleza que o atraía nela e em todas as mulheres eram espirituais. As virtudes que mais admirava nelas era a humildade, gentileza e os “ornamentos de um espírito manso e quieto.” Ele afirmava que o poder dominante que governou sua vida interior foi o amor, mas o amor que habita apenas em um coração “puro, verdadeiro e limpo de dolo”.