Brasil-África: A ótica dos empresários brasileiros

Busca-se analisar a vertente empresarial nas relações Brasil-África. É uma relação de pouco mais de 60 anos, restrita a poucas empresas de porte, construtoras, Petrobras, Vale, e dos esforços esporádicos de empresas de menor porte, impulsionadas, majoritariamente, por iniciativas do governo em diferentes momentos históricos a partir da década de 1960.

Há forte desconhecimento no seio do empresariado brasileiro sobre o que significa empreender no mercado africano. Como ofertar, para quem, e onde. Como enfrentar a pouca estrutura logística direta, que faz com que boa parcela das trocas e das viagens se faça por meio de empresas europeias a muito acostumadas com os diferentes mercados africanos. Razões pelas quais, também, poucos empresários africanos buscam diretamente o Brasil para empreender.

No âmbito dos países de língua portuguesa africanos, as afinidades culturais e idiomáticas não se refletem em volume e diversificação de bens e serviços. Basicamente compra-se e vende-se commodities.

Na última década o Estado brasileiro incrementou ações de soft power no continente africano, que todavia não redundaram em volume equivalente de iniciativas do empresariado de pequeno e médio porte, que fica à mercê de escolhas politicas dos gestores das agências e organismos paraestatais e da respectiva distribuição de subsídios.