100 Anos Sem Anos Dourados

"OS BASTIDORES DA TORTURA, NOS ANOS DE CHUMBO DA DITADURA" Uma prisão, no início do século XX... sob ferros! Outra, no fim... sob choques! Ao ápice de um sonho juvenil, convencionou-se chamar anos dourados. O autor e sua bisavó, personagens dessa obra, ou viveram grotescamente a vida ou foram alijados dos sonhos comuns à sua geração ao degustarem o fel besuntado em suas existências. Duas condenações, uma no início do século XX, patrocinada pela justiça escravocrata e outra, no fim, pela ditadura civil militar. Em agosto de 1904, três gerações da família do autor, pelo lado materno, estão presas, em são domingos do prata, MG: a trisavó acompanhou o aborto da filha, a bisavó, menor de 21 anos, cometeu infanticídio, a avó, gerada durante o período prisional, nasceu na prisão. O autor, em 1958, após uma infância intensa em João Monlevade, MG, ingressa no seminário menor de Mariana, MG, e prossegue os estudos no seminário maior, até sua expulsão, em 1966. Vertiginosamente, na FAFI– UFMG, envolve-se com os ciclones políticos de 1967, 1968 e o congresso da UNE, AI 5, clandestinidade e a opção pela luta armada, a prisão, em 1971, burilada com a tortura, narrada em detalhes.