Outono e Saudade

Foram muitos anos, mais ou menos de 10 sem escrever. Não falo de pequenos detalhes ou notas, falo de realmente pôr tudo aquilo que sentíamos de maneira seria ao papel.

Hoje, já não tão turvo, apenas equilibrado entre os dois lados mais extremos de mim mesmo, dou-me ao cuidado de editar esta coletânea de palavras e sentimentos poéticos (métricos ou não).

As escolhas mais variadas aqui, embalam-se pela expressão explicita ou implícita do sentimento de saudade, tão característico da cultura portuguesa (língua onde nascem estas criações).

Ao leitor, já observo preliminarmente que o conteúdo deste livreto faz-se embebido das tristezas do amor perdido, que harmonizam bem com um vinho de taninos densos, com notas de madeira como  o Cabernet Sauvingnon, ou doses massivas de Brandy (congnac), ou Whisky.

Por conter traços excessivos de cafeína e nicotina em sua produção, não é aconselhável a administração desta obra a pessoas sensíveis, ou em surtos de furor ou felicidade. 

Em estudos de ensaios clínicos realizados, foi observado que ao grupo de pessoas ligeiramente felizes a que se administrou o trecho ideal de leitura diária, sofreu de inversões gradativas de humor, atingindo em poucas horas o estado de tristeza, melancolia, solidão e depressão.

Já ao grupo de controle (formado por pessoas naturalmente saudosistas ou melancólicas), os resultados dos testes realizados afirmam que estas mantiveram-se tristes e estáveis.

Desta forma, conclui-se que a administração moderada ou intensa desta obra, deve estar aliada a uma boa musica, uma tarde de chuva, ou ao termino de um relacionamento amoroso.