A TERAPIA DO TEMPO

Se eu pudesse voltar no tempo, faria diferente. Quem nunca disse ou pensou isso? Arrependimentos fazem parte da vida, errar é humano, mas viajar para o passado e reescrever o que ficou para trás não é possível. Será que não é? Pois então, tudo começa quando Victor Hugo, um professor universitário de quarenta e poucos anos, assiste a um documentário sobre o famoso ator Hector Barbieri, morto vinte anos antes em um trágico acidente aéreo. Acometido por uma doença cardíaca, debilitado física e psicologicamente, ele tem uma série de introspecções ao ver as imagens mostradas, resgatadas dos anos noventa, mesma época de sua juventude, dos tempos de estudante de engenharia, de saúde, de felicidade e de amor. Victor e Hector frequentaram o mesmo colégio onde tiveram um rápido encontro casual, no longínquo ano de 1989. Sem saber, num simples gesto, como um pacto, ou coisa parecida, os dois selaram seus destinos dali em diante. Nesse contexto, Hector lhe reaparece como um enigma, um mensageiro do Além, chamando a sua atenção para cenas que viajavam diretamente do túnel do tempo, através da TV. Após o documentário, nos dias que se seguiram, Victor Hugo é arrastado para o passado dentro de uma onda nostálgica, alimentada por uma voz interior que dizia, o tempo todo, “volte para mim”, “volte”. Igual aquele filme, que filme mesmo? Em busca do espírito de sua juventude, enfeitiçado pela melodia de When I Come Around do Green Day, Victor transcende o imponderável, entra, literalmente, na música, e viaja de volta no tempo, chegando ao passado dias antes de Hector morrer. Diante do extraordinário, ciente do feito, ele aproveita para tentar mudar a injusta história do ator famoso que morreu jovem, no auge do sucesso, mas acaba embolando o meio de campo e dando um nó bem grande na linha do tempo. Quebrando paradigmas e desmistificando o poder da mente. A TERAPIA DO TEMPO é a narrativa de Victor Hugo sobre a sua existência nas linhas e nas entrelinhas de uma trama improvável e cheia de personagens insólitos, como um guru indiano, que nada faz, um filósofo francês e sua teoria da Regréssion Mélodique, e uma estranha kombi azul calcinha, vilã e heroína, com cheiro de alfazema. De Pérouges à Côte D'Azur, na França, de São Carlos à Itaúnas, no Brasil, passado e presente brincando livremente, invertendo os segundos e enganando o curso do tempo. Um enredo cheio de enigma e de mistério, de uma história de amor e de amizade, de reencontro com a juventude esquecida, no embalo gostoso de um legítimo hit dos anos 90.